Erros da CBF em técnicos: Análise dos maiores fracassos na escolha de treinadores

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tem protagonizado uma série de escolhas questionáveis quando o assunto é a contratação de treinadores para a seleção pentacampeã mundial. De ciclos encerrados de forma traumática a negociações que sequer se concretizaram, a entidade acumula fracassos que levantam uma pergunta inevitável: estamos diante de um problema estrutural de planejamento ou é apenas uma sequência de infortúnios? Felipão 2014: O 7 a 1 que Nunca Será Esquecido Luiz Felipe Scolari retornou à seleção brasileira em 2012 com status de salvador da pátria. Campeão mundial em 2002, Felipão tinha a missão de levar o Brasil ao título em casa. O início foi promissor: O Que Deu Errado O que parecia uma escolha segura terminou na maior humilhação da história do futebol brasileiro. A derrota por 7 a 1 para a Alemanha expôs: A CBF falhou ao não perceber os sinais de alerta que já apareciam nas partidas anteriores da Copa, como o desempenho pouco convincente contra o Chile nas oitavas de final. A aposta em um técnico que representava o passado, em vez de buscar renovação, evidenciou uma mentalidade retrógrada da entidade. Dunga 2016: Repetindo o Erro da Insistência Surpreendentemente, após o vexame de 2014, a CBF decidiu apostar em outro retorno: Dunga, que já havia comandado a seleção entre 2006 e 2010 sem grande sucesso. Esta escolha indicava: O Que Deu Errado O segundo ciclo de Dunga foi ainda mais frustrante que o primeiro: A CBF demorou para reconhecer o erro e só demitiu Dunga após resultados desastrosos, demonstrando incapacidade de avaliar com objetividade o desempenho do treinador. A contratação parecia mais uma tentativa de economizar em vez de um projeto esportivo consistente. Tite pós-2022: O Ciclo que Durou Demais Adenor Leonardo Bacchi, o Tite, assumiu em 2016 com a missão de recolocar o Brasil nos trilhos. Seu trabalho inicial foi excelente: No entanto, após a eliminação para a Bélgica em 2018, a CBF cometeu um erro crucial: manteve o treinador para mais um ciclo, ignorando sinais de desgaste. O Que Deu Errado O segundo ciclo de Tite foi marcado por: A CBF falhou ao não promover uma renovação técnica quando era necessário. Um ciclo de seis anos é raro no futebol moderno e, neste caso, resultou em estagnação. Tite deixou a seleção após a Copa do Qatar sem ter conseguido implementar as ideias inovadoras prometidas no início do segundo ciclo. Carlo Ancelotti: A Novela que Nunca Terminou A saga mais recente da CBF envolve o italiano Carlo Ancelotti. Por duas vezes, a entidade anunciou informalmente negociações avançadas com o treinador do Real Madrid, mas em ambas ocasiões o acordo não se concretizou. O Que Deu Errado As negociações com Ancelotti evidenciaram problemas graves na gestão da CBF: O episódio Ancelotti é sintomático da falta de profissionalismo na condução das negociações. A CBF parecia mais preocupada com o impacto midiático da contratação do que com a viabilidade real do acordo. Padrões de Erro: Planejamento Falho ou Azar? Analisando os casos apresentados, é possível identificar padrões recorrentes que indicam problemas estruturais na CBF: 1. Ausência de Projeto Esportivo de Longo Prazo A entidade opera de forma reativa, buscando soluções imediatas sem uma visão clara sobre o futuro do futebol brasileiro. As contratações parecem atender a pressões momentâneas em vez de seguir uma filosofia consistente. 2. Modelo de Seleção de Treinadores Obsoleto Enquanto federações como a alemã (DFB) desenvolvem treinadores dentro de uma filosofia nacional, a CBF oscila entre apostas conservadoras (Felipão, Dunga) e sonhos impossíveis (Ancelotti), sem critérios técnicos claros. 3. Falta de Estrutura Profissional A ausência de um diretor esportivo com autonomia e conhecimento técnico deixa as decisões vulneráveis a influências políticas e interesses diversos, comprometendo a qualidade das escolhas. 4. Comunicação Desastrosa A CBF sistematicamente cria expectativas que não consegue cumprir, gerando frustração entre torcedores e aumentando a pressão sobre os profissionais contratados. Reflexão para o Futuro: Como Mudar este Cenário? Para reverter o quadro de fracassos nas escolhas de treinadores, a CBF precisaria: Então… Os fracassos da CBF na contratação de técnicos não podem ser atribuídos simplesmente ao azar. Existe um padrão consistente de decisões equivocadas que reflete problemas estruturais profundos na entidade. A questão não é apenas quem será o próximo treinador da seleção brasileira, mas como a CBF planeja construir um futuro sustentável para o futebol nacional. O pentacampeão mundial merece gestores à altura de sua história. Enquanto a CBF não reconhecer a necessidade de uma reformulação em seus métodos de trabalho, continuaremos assistindo a novelas de contratações frustradas e projetos esportivos incompletos. O Brasil não precisa apenas de um novo técnico – precisa de uma nova mentalidade em sua principal entidade esportiva.

Crise de identidade futebol brasileiro: do jogo bonito à indefinição tática

O Brasil já foi sinônimo de magia no futebol mundial. Cinco estrelas no peito, craques que encantavam multidões e um estilo de jogo inconfundível. Porém, nas últimas duas décadas, o futebol brasileiro parece ter perdido seu DNA. Uma seleção que outrora ditava tendências hoje busca desesperadamente sua própria identidade. O que aconteceu com o país do futebol? O Jogo Bonito: A Marca Registrada que Desapareceu O “futebol-arte” não era apenas um rótulo, mas a essência que diferenciava o Brasil das demais nações. Dribladores, passes de efeito e gols de rara beleza compunham o espetáculo que encantava o mundo. A expressão máxima desse estilo era a liberdade criativa dentro de um sistema coletivo funcional. Hoje, assistimos a uma seleção brasileira que parece não saber o que quer ser. Nem mantém a tradição ofensiva histórica, nem consegue implementar com eficiência os modelos táticos europeus que tentou absorver. O resultado é um híbrido sem personalidade. 2002: O Último Suspiro do Futebol Canarinho Clássico A conquista do pentacampeonato mundial representa o último grande momento em que o Brasil aliou sua tradicional criatividade à organização tática moderna. Aquele time comandado por Luiz Felipe Scolari conseguiu: Foi uma equipe que respeitou a essência do futebol brasileiro enquanto incorporava elementos táticos contemporâneos. Os jogadores ainda eram formados majoritariamente em campos de várzea e nas categorias de base dos clubes nacionais, desenvolvendo naturalmente a técnica e a improvisação características. 2010: O Início da Crise de Identidade A seleção de Dunga na Copa do Mundo da África do Sul marcou uma ruptura. O Brasil tentou apostar num futebol mais pragmático, focado em: Esta geração, liderada por jogadores como Lúcio, Júlio César e Kaká, começou a refletir as mudanças no processo de formação. Muitos atletas já saíam precocemente do Brasil, absorvendo características do futebol europeu sem consolidar completamente as habilidades técnicas que diferenciavam os brasileiros. A eliminação nas quartas de final para a Holanda evidenciou que o Brasil havia abandonado suas fortalezas tradicionais sem dominar completamente o novo estilo que tentava implementar. 2022: O Vazio Estratégico e Criativo A seleção brasileira que disputou a Copa do Qatar representou o ápice da crise. Um time: A eliminação precoce para a Croácia nas quartas de final expôs todas as fragilidades de uma seleção sem identidade clara. Nem o “jeitinho brasileiro” tradicional, nem o pragmatismo europeu, apenas um conjunto de individualidades sem coesão coletiva. As Causas da Deterioração 1. Formação de Jogadores Mecanizada Os campos de várzea, berço da criatividade brasileira, praticamente desapareceram dos grandes centros urbanos. Em seu lugar, surgiram escolas de futebol padronizadas que priorizam aspectos físicos e táticos desde cedo, limitando a improvisação natural. 2. Exportação Precoce de Talentos Jogadores cada vez mais jovens deixam o Brasil rumo ao exterior. Se nos anos 90 um atleta saía após consolidar sua formação, hoje adolescentes de 16-17 anos já são negociados, absorvendo culturas futebolísticas diferentes antes mesmo de desenvolver completamente sua essência técnica. 3. Calendário Saturado e Falta de Tempo de Treino O futebol brasileiro possui um dos calendários mais congestionados do mundo. Equipes chegam a disputar mais de 70 partidas por temporada, reduzindo drasticamente o tempo disponível para treinamentos qualitativos, essenciais para o desenvolvimento técnico. 4. Obsessão pelo Modelo Europeu Clubes e confederação passaram a importar indiscriminadamente modelos estrangeiros sem adaptá-los à realidade brasileira. A obsessão pela tática europeia negligenciou aspectos técnicos que sempre diferenciaram o jogador brasileiro. Como Recuperar a Identidade Perdida? Para que o Brasil volte a ter um estilo próprio e dominante, algumas medidas parecem necessárias: Então…. O Brasil se encontra numa encruzilhada histórica. Pode continuar tentando imitar modelos externos, perpetuando a crise de identidade, ou redescobrir seu DNA futebolístico adaptado aos novos tempos. O caminho para voltar ao topo passa necessariamente por responder à pergunta fundamental: o que, afinal, define o futebol brasileiro no século XXI? A seleção pentacampeã mundial precisa urgentemente encontrar sua alma novamente. Não se trata de uma simples nostalgia do passado, mas de construir um futuro que respeite a rica herança do futebol brasileiro enquanto se adapta às exigências do jogo moderno. Só assim poderemos voltar a ver um Brasil que não apenas vence, mas encanta – como sempre foi sua marca registrada.

A Nova Geração de Jogadores e a Falta de Liderança

A nova geração do futebol brasileiro impressiona o mundo com sua habilidade técnica e potencial. Nomes como Vinicius Júnior, Rodrygo e Endrick já demonstram talento suficiente para perpetuar a tradição da “pátria de chuteiras”. Porém, um elemento crucial parece estar em déficit nesta safra: a capacidade de liderar. Este texto analisa o panorama atual e reflete sobre quem poderá assumir o manto de líder que já foi vestido por grandes nomes do nosso futebol. Talento Sobra, Liderança Falta É inegável que a atual geração brasileira possui talentos extraordinários. Vini Jr. já é protagonista no Real Madrid, figurando entre os melhores do mundo. Rodrygo demonstra consistência e inteligência tática impressionantes. Endrick, mesmo ainda em início de carreira, teve sua qualidade reconhecida ao ser contratado pelo maior clube da Europa antes mesmo de completar 18 anos. No entanto, quando observamos essa geração, percebemos uma lacuna considerável: onde estão os líderes? Jogadores que, além da técnica, têm a capacidade de organizar o time em campo, dar bronca quando necessário, motivar nos momentos difíceis e representar o grupo perante arbitragem, comissão técnica e torcida. O DNA da Liderança nas Gerações Passadas Para compreender essa deficiência, vale revisitar o que significava liderança nas gerações anteriores do futebol brasileiro. Três exemplos ilustram diferentes perfis de líderes: Cafu: O capitão do penta não era o jogador mais tecnicamente refinado, mas sua garra, disposição física e exemplo de profissionalismo faziam dele um líder por atitude. Seu característico “Eu vou até o fim” era mais que um bordão – era uma filosofia que inspirava todos ao seu redor. Dunga: Representou o líder tático-disciplinar. Controverso para alguns, inquestionável para outros, ele comandava o meio-campo e todo o time com autoridade quase militar. Era o “capitão” no sentido mais literal do termo, organizando posicionamentos, cobrando companheiros e sendo a extensão do treinador dentro das quatro linhas. Thiago Silva: Personificou o líder técnico-emocional. Com uma carreira construída na Europa, trouxe consigo o profissionalismo do futebol internacional. Destacava-se pela capacidade de acalmar o time em momentos de pressão, mas também foi criticado por sua fragilidade emocional em momentos decisivos. Cada um, à sua maneira, carregava o DNA da liderança – característica que parece rarefeita na atual geração. Por que Faltam Líderes na Nova Geração? Vários fatores podem explicar essa escassez: Quem Pode Emergir Como Líder? Analisando o atual elenco da seleção brasileira e os jovens valores, alguns candidatos se destacam: Vini Jr.: À medida que ganha experiência e maturidade no Real Madrid, Vinicius mostra lampejos de liderança, especialmente na forma como enfrenta o racismo e como tem evoluído seu comportamento em campo. Porém, ainda precisa desenvolver maior capacidade de organização tática e influência sobre os companheiros. Bruno Guimarães: Talvez o candidato mais forte entre os jovens. Com boa passagem pelo Athletico Paranaense antes de ir à Europa, acumulou experiência no futebol brasileiro. No Newcastle e na seleção, já demonstra personalidade forte e capacidade de articulação. Casemiro: Embora não pertença à “novíssima” geração, ainda tem alguns anos de carreira pela frente e traz consigo a experiência do Real Madrid, onde era considerado um líder tático. Poderia fazer a ponte entre gerações. Alisson: Outro veterano respeitado, ocupa uma posição estratégica para liderança (goleiro) e tem a vantagem de sua estabilidade emocional. O Desafio Para o Futuro A ausência de líderes naturais impõe um desafio adicional para treinadores da seleção e dos clubes brasileiros. Será necessário trabalhar conscientemente no desenvolvimento dessas habilidades, compreendendo que liderança também se aprende. Comparações com o passado são inevitáveis, mas talvez injustas. O futebol mudou, assim como a sociedade. Talvez não devamos esperar líderes nos moldes de Dunga ou Cafu, mas sim uma nova forma de liderança, mais horizontal e compartilhada. O que não pode faltar, no entanto, é alguém que, nos momentos decisivos, tome a responsabilidade para si. Que tenha coragem de pedir a bola quando o jogo está difícil. Que saiba acalmar os companheiros quando a pressão aumenta. Que represente em campo os milhões de brasileiros que vibram a cada partida da seleção. O talento técnico desta geração é inquestionável. Se conseguir desenvolver também grandes líderes, o Brasil terá motivos de sobra para sonhar com novas conquistas no cenário internacional. Brasil não precisa apenas de craques, mas de líderes Vini Jr., Rodrygo e Endrick representam uma geração que promete brilhar tecnicamente. No entanto, para que essa promessa se concretize em títulos importantes, especialmente na Copa do Mundo, será necessário que um ou mais desses talentos desenvolvam as características de liderança que marcaram gerações vitoriosas. O Brasil não precisa apenas de craques – precisa de líderes que possam guiar esses craques nos momentos mais desafiadores. O tempo dirá se essa lacuna será preenchida ou se teremos que nos acostumar com um futebol brasileiro diferente, talvez mais democrático na distribuição de responsabilidades, mas possivelmente mais carente daquela figura emblemática que levanta a voz quando todos se calam, que ergue a cabeça quando muitos a abaixam, que puxa o time para frente quando o cenário parece adverso. Torçamos para que, entre tanto talento, surjam também verdadeiros líderes.

Quem é Facundo Buonanotte? Joia Argentina da Premier League na mira do FLA

O Rubro-Negro carioca sempre está atento ao mercado internacional em busca de jovens talentos que possam potencializar seu elenco. A mais recente especulação envolve uma promessa argentina que atua na Premier League e já desperta interesse de grandes clubes europeus. O interesse do Flamengo De acordo com informações divulgadas pelo jornalista Beto Júnior, o Flamengo estaria em negociações com Facundo Buonanotte, jovem meia-atacante argentino de apenas 20 anos. Como já virou tradição nas últimas janelas de transferência, o clube mantém discrição sobre o assunto, sem confirmar oficialmente o interesse pelo jogador. O momento da especulação não é por acaso. O Flamengo busca abertamente um jogador para dividir a responsabilidade criativa com Arrascaeta, embora o crescimento recente do uruguaio tenha diminuído a urgência por essa contratação. Quem é Facundo Buonanotte? Para quem não acompanha o futebol europeu de perto, Buonanotte ainda pode ser um nome desconhecido. Vamos aos detalhes: Na atual temporada, seus números são promissores para um atleta de sua idade: Características técnicas Buonanotte é um jogador de características modernas, que combina boa visão de jogo com capacidade de infiltração. Destro, mas com bom uso do pé esquerdo, o argentino se destaca pela mobilidade e pela qualidade técnica para atuar nos espaços entre as linhas defensivas adversárias. Sua versatilidade permite que atue tanto como um meia centralizado quanto aberto pelos lados do campo, especialmente pela direita, onde pode cortar para o meio e finalizar com seu pé bom. Essa característica seria valiosa no esquema tático rubro-negro, que preza por jogadores multifuncionais no setor ofensivo. Como se encaixaria no Flamengo? A chegada de Buonanotte atenderia à necessidade expressa pela comissão técnica de ter um criador alternativo a Arrascaeta. O jogador poderia ser utilizado de diferentes formas: Sua juventude também se alinha com a política recente do clube de apostar em talentos jovens com potencial de valorização. Os desafios da negociação A negociação por Buonanotte não seria simples. Seu valor de mercado é estimado em aproximadamente R$ 140 milhões, uma cifra considerável mesmo para os padrões financeiros do Flamengo. Além disso, seu contrato com o Brighton vai até junho de 2028, o que fortalece a posição do clube inglês em qualquer negociação. Outro fator complicador é o tempo. O Flamengo buscava inicialmente reforços para a janela de transferências que vai de 2 a 10 de junho, visando a disputa do Super Mundial de Clubes. No entanto, seria praticamente impossível que um jogador que chegasse no dia 2 estivesse em condições ideais para contribuir em competição que começa em meados do mês. A exceção a esse cenário parece ser Jorginho, com quem o Flamengo já estaria em estágio avançado de conversas. O jogador poderia inclusive se apresentar antes do dia 2 de junho, mesmo que só possa ser inscrito oficialmente após a abertura da janela. Conclusão A possível contratação de Facundo Buonanotte representa o constante movimento do Flamengo em busca de talentos internacionais para elevar o nível de seu elenco. Se concretizada, seria mais uma aposta do clube em um jovem valor com potencial de se tornar um jogador diferenciado no futebol brasileiro. No entanto, os valores envolvidos e o timing da negociação sugerem um cenário desafiador. O torcedor rubro-negro deve aguardar os próximos capítulos com a serenidade necessária para entender que nem todas as especulações se transformam em contratações efetivas.

Ancelotti e seleção brasileira: caos nas negociações ou jogo de cena da CBF?

O futebol brasileiro vive um momento de turbulência e incertezas. A busca por um novo comandante para a Seleção Brasileira, que já se arrasta há meses, ganhou novos capítulos dignos de uma novela de horário nobre. No centro dessa trama: Carlo Ancelotti, a CBF, o Real Madrid e valores astronômicos. A bomba que abalou o mundo do futebol Nesta terça-feira, uma notícia vinda da Europa sacudiu o cenário esportivo brasileiro: Carlo Ancelotti e a CBF teriam desistido do acordo previamente estabelecido para que o italiano assumisse o comando da Seleção. Segundo veículos europeus, o Real Madrid decidiu antecipar a saída do treinador, mas se recusou a pagar a multa rescisória prevista pela quebra do contrato. O imbróglio revelou detalhes do suposto acordo entre CBF e Ancelotti, que estava mantido sob sigilo até então. Diante dessa situação, tanto a entidade brasileira quanto o treinador italiano aparentemente optaram por descartar publicamente o acerto que, segundo múltiplas fontes, já estava selado. Um jogo de xadrez nos bastidores Há quem acredite que este movimento público pode ser apenas uma estratégia calculada. A CBF e Ancelotti poderiam estar apenas despistando a imprensa com o objetivo de garantir que o técnico receba o valor integral da multa rescisória pela possível demissão. A mensagem implícita parece clara: se o Real Madrid quer demitir o treinador, mas não quer arcar com os custos da quebra contratual, terá que mantê-lo no cargo. Pressão no Santiago Bernabéu Enquanto isso, cresce entre os torcedores madridistas a pressão para que Xabi Alonso, ex-jogador do clube e atual sensação como treinador, assuma o comando técnico do Real Madrid. O momento do clube não é dos melhores – resta apenas uma chance de título na temporada atual: o Campeonato Espanhol, onde o time precisa tirar uma diferença de quatro pontos em relação ao Barcelona. Um confronto direto crucial acontecerá em 11 de maio, no Camp Nou. A paixão de Ednaldo Rodrigues Vale lembrar que o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, nunca escondeu sua admiração por Carlo Ancelotti. Nos bastidores, comenta-se que o italiano seria o plano A, B, C, D, E e F do dirigente. Apenas depois de esgotadas todas essas possibilidades é que outros nomes, como o de Jorge Jesus, entrariam na pauta. O fator árabe Para complicar ainda mais esse cenário já nebuloso, o jornal espanhol Marca revelou que Ancelotti recebeu uma proposta tentadora para trabalhar na Arábia Saudita. Os valores seriam estratosféricos: algo em torno de R$ 30 milhões mensais, cifra que tanto CBF quanto clubes europeus dificilmente conseguiriam igualar. O que esperar? O verdadeiro caos instaurado em torno da busca por um novo técnico para a Seleção Brasileira parece longe de terminar. Enquanto isso, a amarelinha segue sem um comandante definitivo, com decisões importantes se aproximando, incluindo eliminatórias para a Copa do Mundo e competições continentais. Será que Ancelotti realmente desistiu da Seleção? Ou estamos diante de um elaborado jogo de cena para pressionar o Real Madrid? Como em todo bom drama futebolístico, só o tempo dirá. Por enquanto, resta aos torcedores brasileiros aguardar os próximos capítulos dessa novela que promete ainda muitas reviravoltas.

Da Favela ao Estrelato: a trajetória de Carlos Tévez

Infância e categorias de base Carlos Tévez nasceu em 1984 no bairro Ejército de los Andes, conhecido como Fuerte Apache por seu alto índice de violência. Ficou órfão de pai biológico logo ao nascer e foi criado pelos tios maternos (Segundo Raimundo Tévez e Adriana). Aos 7 meses, sofreu graves queimaduras por água quente, cicatrizes que carrega até hoje e se recusou a remover por entender que fazem parte de sua identidade. Desde cedo jogava bola na periferia; com 5 anos foi descoberto no All Boys e em 1997, aos 13, foi contratado para as categorias de base do Boca Juniors. Nessa época já se notava sua garra e habilidade técnica, características que o definiriam no futuro. Primeira passagem pelo Boca Juniors (2001–2004) Em 2001, Tévez estreou no profissional do Boca Juniors aos 17 anos e logo em 2003 teve papel decisivo nas conquistas do clube. Foi titular na campanha vitoriosa da Copa Libertadores de 2003 (marcando na final contra o Santos) e no Mundial Interclubes do mesmo ano. Em seguida, conquistou o torneio Apertura 2004 do Campeonato Argentino e a Copa Sul-Americana 2004. Seu futebol aguerrido e habilidade de finalização logo o tornaram ídolo xeneize. Em breve se firmou como um dos principais atacantes do futebol argentino, ganhando também prêmios individuais, como o de melhor jogador da América do Sul em 2003, 2004 e 2005. Corinthians (2005–2006) e ida à Europa Contratado em 2005 pelo Corinthians (via investimento do grupo MSI), Tévez formou um trio argentino de ataque ao lado de Mascherano e Sebastián Domínguez. Rapidamente se tornou ídolo: foi campeão brasileiro em 2005 com grande atuação e eleito o melhor jogador do campeonato. Em seguida migrou para a Europa, emprestado ao West Ham United em 2006. Na Inglaterra, sob esquema de negócio polêmico (terceira parte), Tévez manteve sua garra: foi “decisivo e agressivo como sempre”, marcou gols importantes e ajudou o West Ham a evitar o rebaixamento na Premier League. Manchester United (2007–2009) Em 2007, Tévez assinou com o Manchester United. Formou com Cristiano Ronaldo e Wayne Rooney um trio ofensivo formidável, totalizando 79 gols na Premier League 2007/08. Em sua primeira temporada foi campeão inglês (2007/08), repetiu o título em 2008/09 e sagrou-se campeão da UEFA Champions League 2008 e do Mundial de Clubes FIFA 2008 com o United. Ele também conquistou a Copa da Liga Inglesa (2009) e a Supercopa da Inglaterra (2008) naquele período. Essas conquistas na Inglaterra se tornaram um marco no currículo do “Apache”, que cresceu em confiança e experiência internacional. Manchester City (2009–2013) Em 2009, Tévez surpreendeu ao trocar o United pelo rival Manchester City. Com a camisa celeste, ele manteve a pegada vencedora. Na temporada 2009/10 marcou 29 gols em 43 jogos, tornando-se o 4º maior artilheiro da Premier League naquele ano. No biênio seguinte foi artilheiro da liga 2010/11 (ao lado de Berbatov) e conquistou a Copa da Inglaterra 2011. Na histórica campanha do título da Premier League 2011/12, Tévez foi peça-chave no time (conquistando o título na última rodada). Contudo, em seus últimos meses em Manchester o rendimento caiu e ele se envolveu em atritos extra-campo – ficou marcado por provocar seu ex-time sempre que podia. Ainda assim, em quatro anos no City conquistou três títulos: a Premier League, a FA Cup e a Supercopa Inglesa. Juventus (2013–2015) Livre do City, Tévez assinou com a Juventus em 2013. Na Itália reencontrou ótimo futebol e diversidade tática. Em Turim acumulou troféus: dois Campeonatos Italianos (2013/14 e 2014/15), uma Copa da Itália (2014/15) e uma Supercopa Italiana (2013). Foi fundamental no ataque juventino e, em 2015, disputou a final da Champions League ao lado de Pirlo, Pogba e Morata, parando apenas diante do Barcelona de Messi e Suárez. Já consagrado, Tévez deixou claro que queria retornar ao clube do coração: cumprida a segunda temporada, despediu-se da Juventus rumo ao Boca Juniors. Segunda passagem pelo Boca Juniors (2015–2016) No meio de 2015, o atacante voltou ao Boca Juniors e gerou comoção na torcida. Retomou a camisa 10 xeneize e conquistou logo o Campeonato Argentino daquele ano. Nesse período também alcançou a final da Copa Libertadores 2015, perdendo para o River Plate. Em janeiro de 2016, porém, aceitou proposta milionária da China. Despediu-se do Boca após cerca de ano e meio, dizendo não ter mais nada a dar como jogador e classificando aquele momento como o “dia mais triste” de sua vida. Shanghai Shenhua (2016–2017) Tévez se transferiu ao Shanghai Shenhua com o maior salário do futebol mundial, cerca de €40 milhões por ano. No entanto, a experiência na China foi conturbada: foi campeão da Copa da China 2017, mas sofreu críticas por excesso de peso e fez declarações contundentes contra o futebol local. Após apenas uma temporada na Ásia, decidiu voltar novamente para o Boca Juniors (2018), preferindo encerrar a carreira no clube de sua infância. Retorno definitivo ao Boca e aposentadoria (2018–2022) De 2018 em diante, Tévez atuou exclusivamente pelo Boca Juniors. No primeiro ano foi vice-campeão da Libertadores (derrotado pelo rival River Plate) e campeão argentino (2017/18). Ainda venceu a Supercopa Argentina de 2018 e foi campeão da Copa da Liga (Troféu Diego Maradona) em 2020. Em novembro de 2021 deixou o clube e anunciou que, com 37 anos, encerraria a carreira. Em entrevista de despedida afirmou: “Não tenho mais nada para dar, como jogador já dei tudo”. Em junho de 2022 confirmou oficialmente a aposentadoria, revelando que a morte de seu pai em 2021 pesou na decisão – “parei porque perdi meu fã número 1 (meu pai)”. Seleção Argentina e conquistas internacionais Tévez brilhou também pela seleção argentina. Foi campeão olímpico em Atenas 2004 (ouro nos Jogos Olímpicos) e participou da Copa do Mundo de 2010. Pela seleção principal foi vice-campeão da Copa América em 2004, 2007 e 2015. Nunca venceu um Mundial ou Copa América com a equipe, mas foi figura constante em eliminações dramáticas. Em 2016 deixou de ser convocado (não esteve na Copa América Centenário) e não voltou a atuar pelo país, encerrando uma passagem

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