A vitória do Palmeiras por 1 a 0 sobre o Internacional, no Beira-Rio, representa muito mais que apenas três pontos no início do Campeonato Brasileiro. O triunfo alviverde quebra uma barreira histórica e sinaliza a força do time paulista mesmo com vários desfalques importantes.

Um confronto direto pelo título
Apesar de estarmos apenas nas primeiras rodadas do Brasileirão, este duelo já pode ser considerado um “jogo de seis pontos”. Tanto Palmeiras quanto Internacional demonstram potencial técnico, tático e físico para disputar o título nacional até o final da temporada.
A dimensão dessa vitória palmeirense fica ainda mais evidente quando analisamos o retrospecto do Internacional sob o comando de Roger Machado. Em 44 jogos com o treinador, o Colorado havia sofrido apenas seis derrotas antes deste confronto. Mais impressionante: esta foi a primeira derrota do Inter no ano, após 17 jogos de invencibilidade.
“O Internacional havia enfrentado diversos times de primeira divisão, tanto do Brasil quanto do exterior, conquistando os resultados que desejava”, destaca o comentarista Rodrigo Fragoso. Entre esses resultados, vitórias convincentes sobre Juventude (2-0), Cruzeiro (3-0) e Atlético Nacional da Colômbia (3-0).
Estratégia impecável mesmo com desgaste físico
Um fator que torna esta vitória ainda mais significativa é a questão física. Enquanto o Internacional entrou em campo com seis jogadores “frescos” (Bernabé, Bruno Henrique, Fernando, Alan Patrick, Tamata e Enner Valencia), o Palmeiras contava com apenas dois atletas nesta condição: Jai e Aníbal.
Mesmo assim, o time dirigido por Abel Ferreira executou um plano de jogo perfeito. No primeiro tempo, o goleiro Weverton sequer precisou fazer defesas importantes – o Inter concluiu apenas uma jogada e não conseguiu entrar na área palmeirense.
Uma aula de posicionamento defensivo
O segredo do controle palmeirense esteve na excelente disposição tática. O trio de zaga saía no momento certo para marcar fora da área, fechando os espaços centrais onde o Internacional costuma criar suas jogadas. Os pontas colorados, que habitualmente se movimentam para o meio, encontraram um muro verde pela frente.
Aníbal Moreno foi peça-chave neste sistema, descendo entre os zagueiros quando necessário para fechar o “funil” de finalização. Os alas Felipe Anderson e Piquerez compensavam na marcação, ajudando constantemente os zagueiros.
“Todo esse trabalho defensivo foi facilitado porque Estevão, Facundo, Vittor Roque e Richard Ríos, mais à frente, trabalhavam para impedir que a jogada do Internacional saísse limpa do campo de defesa”, analisa Fragoso.
O momento decisivo
Após um segundo tempo em que o Internacional começou pressionando e desperdiçou duas grandes oportunidades nos primeiros minutos, o Palmeiras soube aproveitar sua chance. Aos 18 minutos, uma movimentação especial de Felipe Anderson, saindo da lateral direita para o meio e abrindo espaço para Ríos, resultou no gol de Facundo.
“O Internacional marcando alto deixou Gómez, que não é um grande passador, livre para olhar o campo. Com o Inter desorganizado, Facundo recebeu livríssimo na grande área para, com calma, dominar e finalizar”, descreve o comentarista.
Uma vitória ainda mais valiosa pelos desfalques
O Palmeiras não contava com peças importantes: Raphael Veiga, Maurício, Mike, Marcos Rocha e Murilo, todos no departamento médico. Mesmo assim, mostrou força de elenco e comprovou a eficácia do modelo de jogo implementado por Abel Ferreira.
“São 46 jogos entre Palmeiras e Internacional no Beira-Rio, com apenas sete vitórias do Palmeiras. Duas delas conquistadas pelo técnico Abel Ferreira”, ressalta Fragoso, evidenciando a raridade histórica deste resultado.
O que vem pela frente
Com esta vitória, o Palmeiras embalou sua quinta vitória consecutiva e mostrou estar cada vez mais preparado para lidar com os desfalques, tendo peças à disposição que se encaixam perfeitamente no sistema de jogo do técnico português.
O triunfo sobre um Internacional forte, candidato ao título, mostra que o Alviverde segue sendo um dos grandes favoritos para a conquista do Campeonato Brasileiro. A capacidade de controlar um adversário deste calibre, fora de casa, é um sinal claro da força palmeirense na temporada.