A carreira de Lucas Paquetá, um dos principais nomes da Seleção Brasileira e do West Ham, está à beira de um colapso. Acusado de manipulação de apostas pela Federação Inglesa (FA), o meia de 27 anos enfrenta um julgamento que pode resultar em banimento global do futebol. Se condenado, ele não só perderá o auge esportivo, mas também seu lugar entre as estrelas do esporte. Entenda as implicações desse caso, que mistura falhas éticas, pressões familiares e um sistema de punições implacável.
O Caminho para o Banimento: Processo e Precedentes
A FA acusa Paquetá de violar a Regra E5.1, que proíbe influenciar eventos em campo para benefício de apostas. As suspeitas recaem sobre quatro jogos da Premier League (2022-2023), nos quais ele recebeu cartões amarelos de forma suspeita. Investigadores rastrearam apostas concentradas na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, onde 60 pessoas apostaram valores entre £7 e £400 em cartões amarelos do jogador, lucrando coletivamente £100 mil.
A punição para casos assim é severa: o zagueiro Kynan Isaac foi suspenso por 10 anos, e Bradley Wood, por seis, após manipulação de cartões. A FA busca um precedente ainda mais duro para Paquetá, possivelmente um banimento vitalício, alegando que ele obstruiu a investigação ao descartar seu celular antigo, onde havia dados cruciais.
O Mecanismo da Punição Global
Se a FA condenar Paquetá, a FIFA homologará a pena mundialmente, impedindo-o de atuar em qualquer liga filiada – incluindo Brasil, Europa e Ásia. A defesa do jogador planeja recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS), mas o processo pode levar mais de um ano, deixando sua carreira em suspenso.
Enquanto isso, Paquetá segue jogando pelo West Ham, mas sua transferência para o Manchester City foi abortada em 2023, quando o escândalo eclodiu. Um banimento global também o excluiria da Copa do Mundo 2026, enterrando o sonho de representar o Brasil no maior palco do futebol.
Pressões Familiares e o Círculo de Risco
O caso vai além das quatro linhas. Investigadores apontam que familiares de Paquetá, incluindo seu irmão, estariam envolvidos no esquema. Relatos sugerem que a esposa do jogador teria restringido ajuda financeira à família, possivelmente levando-o a buscar renda alternativa através das apostas.
A troca do celular – um iPhone usado durante as partidas investigadas – foi interpretada como tentativa de apagar evidências. A FA acusa Paquetá de duas infrações por falta de cooperação, agravando seu quadro jurídico.
O Impacto Financeiro e de Imagem
Paquetá ganha cerca de £150 mil por semana no West Ham, mas um banimento custaria muito mais:
- Perda de patrocínios: Marcas como Nike podem romper contratos;
- Multas milionárias: Clubes afetados (como West Ham) podem processá-lo por quebra de contrato;
- Dano reputacional: Sua imagem, associada a “traição esportiva”, dificultaria reinvenção pós-carreira.
Especialistas especulam que, se banido, Paquetá migraria para a Rússia, única liga não filiada à FIFA, seguindo o exemplo de Luiz Henrique (ex-Botafogo), agora no Zenit. Porém, essa opção significaria jogar em um cenário de menor visibilidade e recursos.
Paquetá Mais Próximo de Ser Banido do Futebol, O Que Esperar do Julgamento?
O veredito da FA só sairá após o fim da temporada 2024/25 (previsto para maio), mas a sentença final pode demorar até junho. A defesa de Paquetá argumenta que as provas são circunstanciais e focadas em padrões de jogo (como faltas “desnecessárias”), não em transações financeiras diretas.
Porém, a cultura de tolerância zero da Premier League a casos de apostas pesa contra ele. Em 2023, a FA endureceu suas regras após escândalos semelhantes, e Paquetá tornou-se o caso-teste para demonstrar rigor.
Um Precedente para o Futebol
O desfecho do caso Paquetá redefinirá como o esporte lida com corrupção. Se banido, ele se tornará o maior nome do futebol a sofrer punição máxima por apostas, enviando um alerta a jogadores e agentes. Para o Brasil, representa a perda de um talento em seu ápice e a exposição de uma crise ética que vai além dos gramados.
Enquanto o julgamento segue, torcedores e analistas se perguntam: Paquetá é um criminoso ou um jogador preso em uma teia familiar e financeira? A resposta definirá não apenas seu futuro, mas o legado de integridade do futebol global.