Flamengo e Felipe Luis: Números Revelam a Verdade do Trabalho do Treinador

O empate entre Flamengo e Vasco no último clássico reacendeu um intenso debate sobre o trabalho de Felipe Luis no comando técnico do Rubro-Negro. As críticas ao jovem treinador aumentaram consideravelmente após mais um resultado abaixo do esperado no Maracanã. Mas será que essas cobranças fazem sentido quando analisamos os números?

O contexto de um técnico em formação

Felipe Luis, que não completou sequer 50 jogos como técnico profissional, atravessa o natural processo de desenvolvimento na nova carreira. Quando o Flamengo optou por efetivá-lo como treinador na gestão anterior e, posteriormente, quando a atual diretoria decidiu mantê-lo no cargo, o clube assumiu conscientemente os riscos de apostar em um comandante em fase de aprendizado.

“Quando você decide manter Felipe Luis, um técnico que não tem 50 jogos como treinador profissional, está previsto e faz parte do risco ele errar, porque Felipe Luis é um técnico em aprendizado”, analisam especialistas do futebol.

É importante destacar que, mesmo com experiência nas categorias de base, a realidade do futebol profissional é completamente diferente. Críticas construtivas são válidas e necessárias, mas precisam considerar esse contexto de formação do treinador.

Os números não mentem: produção ofensiva de alto nível

A principal crítica após o empate com o Vasco recaiu sobre as oportunidades desperdiçadas. Muitos torcedores responsabilizaram Felipe Luis pelo desperdício das chances criadas. No entanto, os dados mostram uma realidade diferente:

  • Contra o Vasco: 17 finalizações (7 no gol, 5 chances claras)
  • Contra o Juventude: 19 finalizações (9 no gol, 7 chances claras) – Resultado: 6×0
  • Contra o Grêmio: 8 finalizações (4 no gol) – Resultado: 2×0
  • Contra o Central Córdoba: 19 finalizações (6 no gol) – Resultado: derrota por 1×0
  • Contra o Internacional: 19 finalizações (5 no gol, 4 chances claras) – Resultado: empate 1×1

Os números evidenciam que o trabalho tático ofensivo está sendo bem executado. O Flamengo constantemente cria oportunidades de gol, mas falha na finalização – aspecto que não está diretamente sob controle do treinador.

A cobrança interna x cobrança pública

Outro ponto criticado é a postura de Felipe Luis nas entrevistas coletivas, onde ele costuma elogiar a produção ofensiva do time mesmo após resultados negativos. Muitos questionam a falta de cobranças públicas aos jogadores pelo desperdício de finalizações.

No entanto, não há informações concretas sobre como ocorrem as cobranças internamente. O comportamento na coletiva não necessariamente reflete o que acontece no vestiário ou nos treinos. Especialistas em gestão questionam se seria realmente produtivo um treinador expor publicamente seus atletas após um resultado frustrante.

“Seria ótimo para nós jornalistas ele chegar e falar: ‘Esses gols perdidos são uma vergonha’. Mas isso é inteligente do ponto de vista de um gestor?”, questiona um analista esportivo.

O DNA do torcedor rubro-negro

A torcida do Flamengo tradicionalmente valoriza não apenas os resultados, mas também a forma como o time joga. Curiosamente, técnicos anteriores como Tite e Sampaoli foram duramente criticados mesmo quando o time estava vivo em todas as competições, justamente pela forma de jogar.

Agora, temos uma aparente contradição: Felipe Luis tem implementado um futebol ofensivo, com grande volume de finalização e criação de chances claras, mas ainda assim enfrenta críticas intensas quando o resultado não vem.

O contraste fica ainda mais evidente quando analisamos jogos como contra o Grêmio (vitória eficiente com poucas finalizações) e o massacre contra o Juventude (6×0 com alta taxa de conversão).

O que esperar do futuro?

Para um treinador em formação como Felipe Luis, o processo de aprendizado continuará. Erros táticos como a insistência com certos jogadores – como Michael em detrimento de Everton Cebolinha, na opinião de alguns analistas – fazem parte desse desenvolvimento.

O que não parece justo é responsabilizá-lo pela ineficiência nas finalizações quando os números mostram que o trabalho tático ofensivo está sendo bem executado. Como lembram os especialistas: “Felipe Luis não chuta a gol desde 2023.”

A grande questão para o torcedor rubro-negro é definir suas expectativas para esta temporada: priorizar resultados imediatos ou dar tempo ao processo de maturação de um técnico promissor que já demonstrou capacidade ao conquistar a Copa do Brasil em 2023?

E você, o que pensa sobre o trabalho de Felipe Luis no comando do Flamengo? Os números justificam as críticas ou revelam um trabalho promissor que precisa de tempo para amadurecer?

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