Escalação Mais Valiosa da América 2025

Com um valor de mercado impressionante que ultrapassa €212 milhões, a seleção dos jogadores mais valiosos da Libertadores 2025 não apenas evidencia, mas reforça categoricamente a hegemonia do futebol brasileiro no cenário continental. Ao analisarmos a Copa Libertadores da América, principal torneio de clubes da América do Sul, constatamos que em 2025 o campeonato reúne um verdadeiro espetáculo de talentos milionários, com especial destaque para os clubes brasileiros. Não por acaso, o Brasil não apenas mantém sua liderança histórica em títulos, como também se consolida como incontestável líder em valor de mercado, confirmando sua posição como o verdadeiro epicentro do futebol sul-americano. Para ilustrar esse domínio, montamos cuidadosamente a escalação ideal com os atletas mais valiosos da edição atual. O que mais chama atenção é que o time é integralmente composto por jogadores de clubes brasileiros, somando a impressionante cifra de €212 milhões – um valor que, além de expressivo, reflete com clareza o poderio econômico e a superioridade técnica do futebol nacional. Vale ressaltar que essa supremacia não é recente, mas sim resultado de um trabalho contínuo de desenvolvimento e valorização de atletas. Ao mesmo tempo, os números demonstram como os clubes brasileiros têm se profissionalizado cada vez mais na gestão de seus elencos, transformando a Libertadores em um verdadeiro vitrine para o mundo. Diante desse cenário, fica evidente que o futebol brasileiro não apenas mantém, mas amplia sua dianteira no continente. Se por um lado temos clubes com tradição histórica, por outro vemos uma nova geração de talentos que promete sustentar essa liderança nos próximos anos. Escalação Mais Valiosa da Libertadores 2025 Goleiro John Victor (Botafogo) – 29 anos – €8 milhõesUma muralha entre as travesO experiente goleiro alvinegro se consolida como um dos mais confiáveis da competição. Com reflexos apurados e notável segurança em jogos decisivos, Victor tem sido fundamental para a sólida defesa do Botafogo. Sua liderança e consistência o tornam referência entre os arqueiros do continente. Defensores Wesley (Flamengo) – 21 anos – €15 milhõesA joia da lateral-direitaConsiderado uma das maiores promessas do futebol brasileiro, o jovem lateral combina velocidade impressionante com uma capacidade ofensiva rara. Seus cruzamentos precisos e dribles curtos já despertam o interesse de gigantes europeus, confirmando seu enorme potencial. Léo Ortiz (Flamengo) – 29 anos – €12 milhõesO maestro da zagaMais do que um simples zagueiro, Ortiz se destaca por sua inteligência tática e precisão na saída de bola. Líder nato, tornou-se peça insubstituível na defesa rubro-negra, equilibrando solidez defensiva com participação efetiva no início das jogadas. Jair Cunha (Botafogo) – 20 anos – €10 milhõesO diamante em ascensãoRevelado nas categorias do Santos e agora brilhando no Botafogo, este jovem zagueiro impressiona pela maturidade incomum para sua idade. Excelente no jogo aéreo e com grande capacidade de antecipação, Jair já se projeta como um dos defensores mais promissores do país. Joaquín Piquerez (Palmeiras) – 26 anos – €12 milhõesO canhão uruguaioO lateral-esquerdo se tornou imprescindível no esquema do Palmeiras. Além da solidez defensiva, destaca-se por seus avanços fulminantes e cruzamentos letais, sendo responsável por várias assistências importantes na competição. Meio-Campistas Gerson (Flamengo) – 27 anos – €25 milhõesO cérebro do timeEleito o meio-campista mais valioso da competição, Gerson é a personificação da classe e visão de jogo. Com passagem pelo Olympique de Marseille, seu repertório técnico e capacidade de drible o tornam o verdadeiro maestro do Flamengo. Nicolás de la Cruz (Flamengo) – 27 anos – €18 milhõesO artesão uruguaioDono de uma técnica refinada, o meia se destaca pela precisão cirúrgica de seus passes e pela capacidade de decidir jogos importantes. Sua química com Gerson forma uma das melhores duplas de meio-campo do continente. Raphael Veiga (Palmeiras) – 29 anos – €17 milhõesO especialista em golsCamisa 10 alviverde é simplesmente o maior artilheiro entre os meio-campistas. Perigoso em cobranças de falta, preciso nos pênaltis e com um chute potente de fora da área, Veiga é a principal arma ofensiva do Palmeiras. Atacantes Estêvão (Palmeiras) – 18 anos – €55 milhõesA sensação do torneioA maior joia da competição e já com destino traçado para o Chelsea. Com dribles desconcertantes e finalização precisa, o jovem atacante tem performances que justificam seu status de jogador mais valioso da Libertadores. Pedro (Flamengo) – 27 anos – €23 milhõesO matador de áreaCentroavante completo que alia força física a um faro de gol invejável. Dono de um repertório técnico acima da média para sua posição, Pedro é o principal responsável pela artilharia rubro-negra na competição. Paulinho (Palmeiras) – 24 anos – €17 milhõesO versátil letalExtremamente rápido e com excelente finalização, o atacante pode atuar por ambas as pontas ou como centroavante. Sua capacidade de infiltração e decisão nos momentos cruciais o tornam um pesadelo para as defesas adversárias. Destaques e Curiosidades Em primeiro lugar, é impressionante constatar o domínio absoluto do futebol brasileiro: sem exceção, todos os 11 jogadores mais valiosos da competição atuam por clubes nacionais. Esse fato, por si só, já demonstra a hegemonia que nosso futebol exerce no cenário continental. Se analisarmos mais profundamente, percebemos que Flamengo e Palmeiras comandam esse seleto grupo com autoridade. Juntos, essas duas potências somam nada menos que 9 dos 11 atletas da seleção, um número que fala por si sobre a força desses clubes no cenário sul-americano. Por outro lado, também chama atenção o surgimento de uma nova geração de talentos. Nesse contexto, jovens como Estêvão (18) e Jair Cunha (20) não apenas representam o futuro, mas já são realidade no presente, mostrando que o futebol brasileiro continua produzindo joias de alto nível. Vale destacar o caso do Botafogo, que com apenas dois representantes – John Victor e Jair Cunha – demonstra um trabalho de mercado competente. É importante ressaltar que Jair Cunha, revelado pelo Santos, vem mostrando todo seu potencial no clube carioca. Sem dúvida, o grande destaque individual fica por conta de Estêvão. Incrivelmente, o jovem atacante sozinho representa 25% do valor total da escalação, um feito extraordinário que comprova seu status de maior joia do continente. Quando observamos a distribuição por clubes, os números são ainda mais reveladores: Em síntese, esses números não apenas comprovam a força dos grandes clubes brasileiros, mas também mostram como o futebol nacional segue produzindo e valorizando talentos em diferentes escalões. Por
Gol “de placa”: A História por Trás da Expressão que Celebra a Arte do Futebol Brasileiro

No vocabulário do futebol brasileiro, poucas expressões carregam tanto prestígio quanto o “gol de placa”. Mais que uma simples jogada, um gol de placa representa a essência do futebol-arte que consagrou o Brasil mundialmente. É a celebração máxima da criatividade, técnica e ousadia que transformam um esporte em espetáculo. Mas de onde surgiu essa expressão tão emblemática? Como um gol pode ser considerado digno de tamanha honraria? O lance que originou a expressão A expressão “gol de placa” nasceu em 5 de março de 1961, no Estádio do Maracanã, durante um jogo entre Santos e Fluminense pelo Torneio Rio-São Paulo. O protagonista: Edson Arantes do Nascimento, o lendário Pelé. O cenário não poderia ser mais simbólico: o maior estádio do mundo, palco de momentos inesquecíveis do futebol brasileiro. Naquele dia, Pelé protagonizou uma jogada que entraria para a história. Ele recebeu a bola ainda no meio de campo, arrancou em velocidade e driblou adversários um a um, até vencer o goleiro e marcar um dos gols mais espetaculares de sua carreira. A jogada foi tão extraordinária que provocou uma homenagem inédita: o jornalista Joelmir Beting, impressionado com o lance, sugeriu que fosse feita uma placa comemorativa no Maracanã para eternizar o feito. Desde então, a expressão “gol de placa” passou a ser usada para descrever gols tão belos e memoráveis que mereceriam uma homenagem à altura — transformando-se em símbolo do futebol bem jogado, criativo e arrebatador. O que define um gol de placa? Não existe um critério técnico ou oficial para classificar um gol como “de placa”. A expressão é subjetiva e reservada para momentos realmente extraordinários. No entanto, algumas características comuns podem ser identificadas nos gols que recebem essa distinção: Veja alguns Gols de placa na história do futebol brasileiro Ao longo das décadas, diversos gols receberam o status de “gol de placa” no imaginário dos torcedores brasileiros. Alguns exemplos memoráveis incluem: Pelé contra o Juventus-SP (1959): Considerado por muitos seu gol mais genial. Ele recebeu a bola na entrada da área, aplicou três “chapéus” consecutivos sobre defensores e o goleiro, finalizando com um cabeceio para o gol vazio. Apesar de não haver registro em vídeo, o lance foi recriado digitalmente décadas depois e rendeu uma estátua em sua homenagem no estádio do Juventus. Alex contra o São Paulo (2002): Alex recebeu a bola no campo de ataque, driblou o zagueiro do São Paulo com um chapéu (lob) e, em seguida, repetiu o movimento sobre o lendário goleiro Rogério Ceni, finalizando com precisão para as redes Pelé contra o Fluminense (1961): Pelé driblou sete jogadores (incluindo o goleiro Castilho) antes de marcar. Foi tão genial que o Jornal dos Sports criou a expressão “gol de placa” e deu uma placa de ouro a Pelé. A expressão na cultura brasileira O “gol de placa” transcendeu as quatro linhas e se incorporou ao vocabulário cotidiano brasileiro. A expressão passou a ser usada para descrever algo excepcional ou bem-sucedido em qualquer área: uma apresentação brilhante, uma negociação bem-conduzida ou uma ideia particularmente criativa. Essa migração linguística demonstra como o futebol permeia a cultura nacional e como seus elementos se integram naturalmente à forma como os brasileiros se expressam e entendem o mundo. O futebol-arte e a identidade nacional A expressão “gol de placa” sintetiza o que muitos consideram a essência do futebol brasileiro: a valorização da criatividade, da improvisação e da beleza sobre a eficiência pragmática. É a celebração do futebol como forma de expressão artística, como manifestação cultural autêntica. Em tempos de futebol cada vez mais tático e físico, o conceito de “gol de placa” mantém viva a tradição do futebol-arte que consagrou o Brasil como “o país do futebol”. É um lembrete de que, para além das vitórias e derrotas, o futebol brasileiro também se mede pela capacidade de encantar, de surpreender, de fazer arte com os pés. Preservando a tradição Hoje, mesmo com a evolução do futebol e as mudanças no estilo de jogo, a expressão “gol de placa” continua viva no vocabulário esportivo brasileiro. A cada temporada, surgem novos lances que reavivam essa tradição e conectam as novas gerações com a rica história do futebol brasileiro. Em um esporte cada vez mais globalizado e padronizado, o “gol de placa” representa a resistência cultural de um país que vê no futebol não apenas um jogo, mas uma forma de expressão da identidade nacional. É a prova de que, mesmo em tempos de futebol-resultado, ainda há espaço para celebrar o futebol-arte. Gol de Placa é um Patrimônio Cultural O “gol de placa” é mais que uma expressão futebolística – é um patrimônio cultural brasileiro. Nascida da genialidade de Garrincha e da pena inspirada de Nelson Rodrigues, essa expressão sintetiza o que há de mais especial no futebol brasileiro: sua capacidade de transformar um esporte em arte. Quando um jogador marca um gol tão extraordinário que merece ser eternizado em bronze, não está apenas somando pontos para sua equipe – está escrevendo seu nome na história e contribuindo para a mitologia que faz do futebol brasileiro um fenômeno único no mundo. O “gol de placa” é a medalha simbólica que consagra aqueles que, por um momento fugaz, conseguiram elevar o futebol à condição de arte. E assim, a cada lance extraordinário que testemunhamos nos campos brasileiros, renovamos o legado de Garrincha e celebramos a essência do nosso futebol: a capacidade de surpreender, inovar e encantar, dentro e fora das quatro linhas.
Da Favela ao Estrelato: a trajetória de Carlos Tévez

Infância e categorias de base Carlos Tévez nasceu em 1984 no bairro Ejército de los Andes, conhecido como Fuerte Apache por seu alto índice de violência. Ficou órfão de pai biológico logo ao nascer e foi criado pelos tios maternos (Segundo Raimundo Tévez e Adriana). Aos 7 meses, sofreu graves queimaduras por água quente, cicatrizes que carrega até hoje e se recusou a remover por entender que fazem parte de sua identidade. Desde cedo jogava bola na periferia; com 5 anos foi descoberto no All Boys e em 1997, aos 13, foi contratado para as categorias de base do Boca Juniors. Nessa época já se notava sua garra e habilidade técnica, características que o definiriam no futuro. Primeira passagem pelo Boca Juniors (2001–2004) Em 2001, Tévez estreou no profissional do Boca Juniors aos 17 anos e logo em 2003 teve papel decisivo nas conquistas do clube. Foi titular na campanha vitoriosa da Copa Libertadores de 2003 (marcando na final contra o Santos) e no Mundial Interclubes do mesmo ano. Em seguida, conquistou o torneio Apertura 2004 do Campeonato Argentino e a Copa Sul-Americana 2004. Seu futebol aguerrido e habilidade de finalização logo o tornaram ídolo xeneize. Em breve se firmou como um dos principais atacantes do futebol argentino, ganhando também prêmios individuais, como o de melhor jogador da América do Sul em 2003, 2004 e 2005. Corinthians (2005–2006) e ida à Europa Contratado em 2005 pelo Corinthians (via investimento do grupo MSI), Tévez formou um trio argentino de ataque ao lado de Mascherano e Sebastián Domínguez. Rapidamente se tornou ídolo: foi campeão brasileiro em 2005 com grande atuação e eleito o melhor jogador do campeonato. Em seguida migrou para a Europa, emprestado ao West Ham United em 2006. Na Inglaterra, sob esquema de negócio polêmico (terceira parte), Tévez manteve sua garra: foi “decisivo e agressivo como sempre”, marcou gols importantes e ajudou o West Ham a evitar o rebaixamento na Premier League. Manchester United (2007–2009) Em 2007, Tévez assinou com o Manchester United. Formou com Cristiano Ronaldo e Wayne Rooney um trio ofensivo formidável, totalizando 79 gols na Premier League 2007/08. Em sua primeira temporada foi campeão inglês (2007/08), repetiu o título em 2008/09 e sagrou-se campeão da UEFA Champions League 2008 e do Mundial de Clubes FIFA 2008 com o United. Ele também conquistou a Copa da Liga Inglesa (2009) e a Supercopa da Inglaterra (2008) naquele período. Essas conquistas na Inglaterra se tornaram um marco no currículo do “Apache”, que cresceu em confiança e experiência internacional. Manchester City (2009–2013) Em 2009, Tévez surpreendeu ao trocar o United pelo rival Manchester City. Com a camisa celeste, ele manteve a pegada vencedora. Na temporada 2009/10 marcou 29 gols em 43 jogos, tornando-se o 4º maior artilheiro da Premier League naquele ano. No biênio seguinte foi artilheiro da liga 2010/11 (ao lado de Berbatov) e conquistou a Copa da Inglaterra 2011. Na histórica campanha do título da Premier League 2011/12, Tévez foi peça-chave no time (conquistando o título na última rodada). Contudo, em seus últimos meses em Manchester o rendimento caiu e ele se envolveu em atritos extra-campo – ficou marcado por provocar seu ex-time sempre que podia. Ainda assim, em quatro anos no City conquistou três títulos: a Premier League, a FA Cup e a Supercopa Inglesa. Juventus (2013–2015) Livre do City, Tévez assinou com a Juventus em 2013. Na Itália reencontrou ótimo futebol e diversidade tática. Em Turim acumulou troféus: dois Campeonatos Italianos (2013/14 e 2014/15), uma Copa da Itália (2014/15) e uma Supercopa Italiana (2013). Foi fundamental no ataque juventino e, em 2015, disputou a final da Champions League ao lado de Pirlo, Pogba e Morata, parando apenas diante do Barcelona de Messi e Suárez. Já consagrado, Tévez deixou claro que queria retornar ao clube do coração: cumprida a segunda temporada, despediu-se da Juventus rumo ao Boca Juniors. Segunda passagem pelo Boca Juniors (2015–2016) No meio de 2015, o atacante voltou ao Boca Juniors e gerou comoção na torcida. Retomou a camisa 10 xeneize e conquistou logo o Campeonato Argentino daquele ano. Nesse período também alcançou a final da Copa Libertadores 2015, perdendo para o River Plate. Em janeiro de 2016, porém, aceitou proposta milionária da China. Despediu-se do Boca após cerca de ano e meio, dizendo não ter mais nada a dar como jogador e classificando aquele momento como o “dia mais triste” de sua vida. Shanghai Shenhua (2016–2017) Tévez se transferiu ao Shanghai Shenhua com o maior salário do futebol mundial, cerca de €40 milhões por ano. No entanto, a experiência na China foi conturbada: foi campeão da Copa da China 2017, mas sofreu críticas por excesso de peso e fez declarações contundentes contra o futebol local. Após apenas uma temporada na Ásia, decidiu voltar novamente para o Boca Juniors (2018), preferindo encerrar a carreira no clube de sua infância. Retorno definitivo ao Boca e aposentadoria (2018–2022) De 2018 em diante, Tévez atuou exclusivamente pelo Boca Juniors. No primeiro ano foi vice-campeão da Libertadores (derrotado pelo rival River Plate) e campeão argentino (2017/18). Ainda venceu a Supercopa Argentina de 2018 e foi campeão da Copa da Liga (Troféu Diego Maradona) em 2020. Em novembro de 2021 deixou o clube e anunciou que, com 37 anos, encerraria a carreira. Em entrevista de despedida afirmou: “Não tenho mais nada para dar, como jogador já dei tudo”. Em junho de 2022 confirmou oficialmente a aposentadoria, revelando que a morte de seu pai em 2021 pesou na decisão – “parei porque perdi meu fã número 1 (meu pai)”. Seleção Argentina e conquistas internacionais Tévez brilhou também pela seleção argentina. Foi campeão olímpico em Atenas 2004 (ouro nos Jogos Olímpicos) e participou da Copa do Mundo de 2010. Pela seleção principal foi vice-campeão da Copa América em 2004, 2007 e 2015. Nunca venceu um Mundial ou Copa América com a equipe, mas foi figura constante em eliminações dramáticas. Em 2016 deixou de ser convocado (não esteve na Copa América Centenário) e não voltou a atuar pelo país, encerrando uma passagem
Leônidas da Silva: O Inventor da Bicicleta

Leônidas da Silva, conhecido como “Diamante Negro”, foi muito mais que um simples jogador de futebol na história brasileira. Nos anos 1930 e 1940, quando o rádio era o principal veículo de comunicação e o futebol começava a se estabelecer como paixão nacional, Leônidas emergiu como o primeiro grande ídolo midiático do esporte no Brasil, revolucionando não apenas a forma de jogar, mas também a relação entre futebol, mídia e publicidade. As origens do craque Nascido em 6 de setembro de 1913 no Rio de Janeiro, Leônidas cresceu em condições humildes no bairro de São Cristóvão. Desde jovem, demonstrou extraordinário talento com a bola nos pés, chamando atenção nos campos de várzea cariocas. Sua carreira profissional começou no Sírio Libanês, passou pelo Bonsucesso e logo alcançou clubes maiores como Peñarol (Uruguai), Botafogo, Flamengo e São Paulo. A invenção da bicicleta O que eternizou Leônidas no imaginário do futebol mundial foi a popularização da “bicicleta” – um movimento acrobático onde o jogador, de costas para o gol, salta e chuta a bola no ar com um movimento circular das pernas. Embora existam debates sobre quem realmente inventou o movimento (alguns historiadores atribuem ao chileno Ramón Unzaga a primeira execução registrada), foi Leônidas quem o popularizou e o transformou em símbolo da criatividade brasileira no futebol. A jogada mais famosa aconteceu em 1932, em uma partida entre Bonsucesso e Carioca. A plasticidade e a eficiência do movimento causaram espanto nos espectadores e rapidamente a notícia se espalhou pelos jornais, conferindo a Leônidas o título de “inventor da bicicleta” no imaginário popular brasileiro. A Copa de 1938: consagração internacional Foi na Copa do Mundo de 1938, na França, que Leônidas alcançou status de lenda internacional. O Brasil chegou às semifinais e Leônidas terminou como artilheiro do torneio com 8 gols, mesmo sem jogar todas as partidas. O mais emblemático desses gols foi marcado contra a Polônia, quando ele perdeu uma chuteira durante o jogo e, mesmo assim, finalizou para o gol com um pé descalço. A imprensa francesa ficou encantada com suas habilidades, apelidando-o de “Diamante Negro” pela sua cor e brilho em campo. A alcunha seria posteriormente aproveitada comercialmente, como veremos adiante. O primeiro craque midiático O que diferencia Leônidas de seus contemporâneos foi sua capacidade de transcender as quatro linhas, tornando-se uma figura midiática em uma época em que isso era extremamente raro para atletas brasileiros, especialmente negros. Rádio e jornais: a construção de um ídolo As transmissões radiofônicas dos jogos popularizavam o futebol pelo Brasil, e a figura de Leônidas era central nas narrativas. Os locutores descreviam seus dribles e jogadas com entusiasmo, criando imagens mentais que cativavam o público. Os jornais da época dedicavam manchetes e páginas inteiras às suas atuações, construindo a imagem de um herói nacional. Leônidas tinha consciência de seu valor midiático. Quando se transferiu do Flamengo para o São Paulo em 1942, foi por um valor recorde para a época, sabendo negociar sua imagem e valorizar seu passe. O primeiro grande garoto-propaganda do esporte brasileiro O apelido “Diamante Negro” foi rapidamente aproveitado pela indústria. A empresa Lacta lançou um chocolate com esse nome em sua homenagem, que existe até hoje no mercado brasileiro. Foi um dos primeiros casos de associação comercial entre um atleta e um produto no país, abrindo caminho para o marketing esportivo que viria a se desenvolver décadas depois. Além disso, Leônidas se tornou comunicador após encerrar a carreira, trabalhando como comentarista de rádio e televisão, consolidando sua presença na mídia brasileira. Legado para o futebol brasileiro O estilo de jogo de Leônidas, caracterizado pela improvisação, criatividade e soluções inusitadas em campo, ajudou a definir o que viria a ser conhecido mundialmente como “futebol-arte” brasileiro. Ele representou a transição do amadorismo para o profissionalismo no futebol nacional e abriu portas para que outros jogadores negros fossem valorizados. Sua capacidade de atrair multidões aos estádios contribuiu significativamente para a popularização do futebol no Brasil. O “estádio cheio” para ver Leônidas jogar se tornou um fenômeno cultural, estabelecendo o futebol definitivamente como o esporte preferido dos brasileiros. Além dos gramados Leônidas faleceu em 24 de janeiro de 2004, aos 90 anos, mas seu legado vai muito além dos 21 anos de carreira e dos mais de 300 gols marcados. Ele representou uma ruptura com o elitismo que marcava o futebol em seus primórdios no Brasil, demonstrando que um filho da classe trabalhadora poderia se tornar ídolo nacional. Como primeiro grande craque midiático do Brasil, Leônidas abriu caminho para gerações futuras de jogadores que, como ele, transcenderam o esporte e se tornaram ícones culturais – uma linhagem que passa por Pelé, Garrincha, Zico, Romário, Ronaldo e Neymar. Leônidas da Silva não inventou apenas a bicicleta como jogada. Ele ajudou a inventar o próprio conceito de craque de futebol no imaginário brasileiro – aquele jogador que é simultaneamente atleta e artista, esportista e celebridade, jogador e produto. Um legado que persiste até hoje, nas relações sempre complexas entre futebol, mídia e sociedade no Brasil.
Flamengo nos Anos 50: A Era de Ouro do Tri-carioca (1953-1955)

Olá, rubro-negros e amantes do futebol! Hoje mergulhamos em um dos períodos mais gloriosos da história do Flamengo: o tricampeonato carioca de 1953, 1954 e 1955. Uma época de jogadores lendários, títulos memoráveis e um técnico que entrou para a história. Vem com a gente! O Mestre por Trás do Tri: Manuel Freitas, “El Bruxo” O paraguaio Manuel Agostinho Freitas, apelidado de “El Bruxo”, foi o arquiteto do triunfo rubro-negro. Com sua teimosia tática (que lhe rendeu o apelido “El Burro”), ele transformou o Flamengo em uma máquina de vencer. Curiosidade: Freitas já havia humilhado o Brasil em 1953, levando o Paraguai ao título da Copa América contra a nossa seleção! Carreira de Freitas: 1953: O Começo da Lenda O primeiro título veio com 21 vitórias em 27 jogos e uma campanha arrasadora: Feito extra: O Flamengo venceu o Torneio Juan Domingo Perón na Argentina, derrotando Boca Juniors, San Lorenzo e Botafogo. 1954: O Bicampeonato e o Triunfo Internacional O bicampeonato veio com 20 vitórias e um time ainda mais sólido: 1955: O Tricampeonato e a Homenagem a um Herói O tri foi conquistado com drama e glória: Time do tri: Chamorro, Pavão, Jair, Jordão, Joel, Paulinho, Índio, Dida e Zagallo. Legado: Por Que Esse Tri Marcou a História? Gostou? Deixe seu comentário!👉 Conhece alguém que viveu essa época? Compartilhe o post!👉 Quer mais histórias clássicas? Sugira um time ou década nos comentários! Fontes: Arquivo do Flamengo, Livro “Fla de Ouro” (Carlos Molinari), Acervo Jornal O Globo.
Internacional Quebra Jejum de 8 Anos: A Curiosa História da Dívida com o Pai de Santo

Você já imaginou que uma dívida espiritual poderia estar relacionada a uma seca de títulos? No caso do Internacional, essa situação inusitada parece ter sido exatamente o que aconteceu. Vamos mergulhar nessa fascinante história que mistura futebol, superstição e promessas não cumpridas. O que é o Campeonato Gaúcho? Antes de entrarmos na história, é importante entender o contexto. O Campeonato Gaúcho, carinhosamente chamado de “Gauchão”, é o torneio estadual do Rio Grande do Sul, um dos mais tradicionais e competitivos do Brasil. Disputado desde 1919, a competição é dominada pela dupla Gre-Nal (Grêmio e Internacional), que juntos somam mais de 80% dos títulos da história do campeonato. No Rio Grande do Sul, o estadual tem uma importância cultural muito grande, diferente de outros estados onde os campeonatos locais perderam relevância. Para os gaúchos, conquistar o título estadual é questão de honra e rivalidade regional. A Conquista do Gauchão e o Fim da Espera O Internacional finalmente voltou a erguer a taça do Campeonato Gaúcho após um jejum de oito longos anos. A equipe colorada sagrou-se campeã após empatar em 1 a 1 com o Grêmio na grande decisão, aproveitando a vantagem construída no primeiro jogo, quando venceu por 2 a 0. O que poucos sabiam é que, nos bastidores, um capítulo importante estava sendo escrito antes mesmo da bola rolar para a final. O técnico Roger Machado tomou uma atitude que muitos consideram decisiva para quebrar o encanto negativo que pairava sobre o clube. Quem é o Pai de Santo e Qual seu Papel na Cultura Brasileira? Para entender melhor esta história, é fundamental conhecer o que é um pai de santo. Na religião de matriz africana, especialmente no Candomblé e na Umbanda (muito presentes no Brasil), o pai de santo é um sacerdote e líder espiritual que conduz cerimônias, orienta fiéis e realiza trabalhos espirituais. No Brasil, é comum que pessoas e até mesmo instituições (como clubes de futebol) busquem orientação espiritual com pais e mães de santo, especialmente em momentos decisivos ou de dificuldade. Essa prática reflete o sincretismo religioso brasileiro e a influência das religiões de matriz africana na nossa cultura. A Dívida Espiritual que Perseguia o Colorado A história remonta a 2006, quando o Internacional vivia um de seus momentos mais gloriosos. Para ajudar na campanha da Libertadores da América e do Mundial de Clubes, o clube contratou os serviços do pai de santo Danilo. Os trabalhos espirituais parecem ter surtido efeito, já que o Colorado conquistou ambos os títulos naquele ano. No entanto, após as celebrações, um detalhe importante foi esquecido: o pagamento pelos serviços prestados. O Retorno do Pai de Santo e Mais Promessas Em 2010, o Internacional voltou a procurar o pai Danilo, desta vez com uma nova proposta: O Colorado de fato conquistou seu segundo título continental, tornando-se bicampeão da Libertadores. Porém, mais uma vez, as promessas financeiras não foram cumpridas, deixando o pai de santo sem receber o combinado. A Maldição e Seu Impacto no Futebol Gaúcho Com o passar dos anos, criou-se no Rio Grande do Sul uma crença popular: enquanto essa dívida não fosse quitada, o Internacional não voltaria a conquistar títulos importantes, nem mesmo o Campeonato Gaúcho. E os fatos pareciam confirmar essa teoria. Enquanto o Inter amargava uma seca de troféus, seu maior rival, o Grêmio, emendava sete títulos estaduais consecutivos e ameaçava igualar uma marca histórica do próprio Internacional, buscando o oitavo troféu seguido. A Solução do Mistério: Roger Machado Entra em Cena Atento a essa situação peculiar, o técnico Roger Machado tomou uma iniciativa incomum para um treinador de futebol: solicitou à diretoria colorada que quitasse a antiga pendência com o pai Danilo. O pedido foi atendido e, poucas horas depois, o Internacional voltava a ser campeão gaúcho, quebrando a sequência de títulos do Grêmio e encerrando seu próprio jejum. A Profecia que Se Cumpriu O desfecho dessa história ganha contornos ainda mais surpreendentes quando lembramos que, em 2021, o próprio pai Danilo havia feito uma declaração profética em entrevista: o Internacional só voltaria a conquistar títulos quando contratasse justamente o técnico Roger Machado. E assim aconteceu! Roger não apenas chegou ao clube, como foi peça fundamental para resolver uma pendência espiritual de quase duas décadas. O Futebol Além das Quatro Linhas Esta curiosa história nos mostra como o futebol brasileiro vai muito além das questões técnicas e táticas. As crenças, superstições e aspectos culturais fazem parte do DNA do nosso esporte nacional. No Brasil, a relação entre esporte e religiosidade é muito forte. Jogadores fazem o sinal da cruz ao entrar em campo, equipes têm santos padroeiros, e muitos clubes mantêm tradições espirituais que raramente são divulgadas ao público. A Importância da Fé no Futebol Brasileiro Essa história do Internacional ilustra perfeitamente como a fé e a espiritualidade permeiam o futebol brasileiro. Diferente de outros países, onde o esporte é tratado de forma mais pragmática, no Brasil, elementos místicos e espirituais são considerados tão importantes quanto o preparo físico e tático. Muitos torcedores, jogadores e dirigentes mantêm suas tradições e rituais antes das partidas importantes. No caso do Internacional, parece que acertar as contas com o passado foi tão importante quanto o desempenho em campo. Você conhece outras histórias curiosas envolvendo superstições no futebol? 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