A regra dos “dois toques” no futebol é um dos fundamentos que garante equilíbrio e justiça nas cobranças de bola parada. Embora pareça simples, sua aplicação gera debates acalorados e pode mudar o rumo de partidas importantes. Vamos entender melhor o que é essa regra, quando ela se aplica e por que é considerada uma infração no futebol.
O que é a regra dos “dois toques”?
A regra dos “dois toques” estabelece que, em cobranças de bola parada (como faltas, pênaltis, tiros livres ou de meta), o jogador que executa a cobrança não pode tocar na bola uma segunda vez antes que ela tenha sido tocada por outro atleta.
Esta regra está descrita na Regra 14 das Regras de Futebol da IFAB (International Football Association Board) e se aplica tanto no futebol nacional quanto internacional.
Situações comuns onde ocorre o “dois toques”:
- Quando um jogador acidentalmente chuta a bola contra si mesmo em uma cobrança de falta
- Em pênaltis, quando o batedor chuta a bola novamente após ela rebater na trave ou no goleiro
- Em tiros de meta, quando o goleiro ou jogador tenta reposicionar a bola após o primeiro contato
Por que é considerada uma infração?
A regra tem três objetivos principais:
- Garantir o fluxo natural do jogo: Evita que uma única pessoa tenha controle prolongado da bola
- Impedir vantagens injustas: Previne que o batedor manipule a jogada para criar oportunidades indevidas
- Manter o equilíbrio competitivo: Oferece chance de reação para a equipe adversária
Quais são as penalidades?
As consequências para a infração de “dois toques” variam conforme a situação:
- Em cobranças de falta ou pênalti: O árbitro interrompe o jogo e concede um tiro livre indireto para o time adversário no local da infração
- Se o segundo toque for com as mãos (exceto para goleiro dentro da sua área): Será concedido um tiro livre direto ou um pênalti, dependendo do local da infração
Casos controversos famosos
O caso Julián Álvarez (2025)
Em uma disputa de pênaltis entre Atlético de Madrid e Real Madrid pela Liga dos Campeões, Julián Álvarez teve seu gol anulado após intervenção do VAR. Ao escorregar durante a cobrança, ele tocou a bola primeiro com o pé esquerdo e depois com o direito. A decisão gerou polêmica, com o técnico Diego Simeone questionando a interpretação da regra.
O precedente de Martín Palermo (1999)
Em contraste, em 1999, Martín Palermo do Boca Juniors protagonizou um caso similar durante um jogo contra o Platense. Em um campo escorregadio, Palermo escorregou antes do impacto, aparentemente tocando a bola com o pé de apoio antes de finalizar com o pé esquerdo. Surpreendentemente, a FIFA validou o gol, argumentando que o escorregão que causou o toque duplo foi acidental e que Palermo não tinha intenção de obter vantagem.
Como evitar a infração dos “dois toques”?
Para evitar essa infração, treinadores e jogadores adotam algumas estratégias:
- Treinamento técnico: Trabalhar a precisão e controle na execução de cobranças
- Atenção redobrada: Jogadores devem estar conscientes do impacto e direcionamento da bola após o primeiro toque
- Comunicação em campo: Garantir que outro jogador esteja posicionado para receber a bola após a cobrança
Curiosidades sobre a regra
- Origem histórica: A proibição dos “dois toques” está presente desde as primeiras codificações do futebol moderno
- Uso do VAR: Em partidas profissionais, o árbitro de vídeo pode revisar infrações relacionadas aos “dois toques”
- Interpretação: A aplicação da regra por vezes varia conforme a interpretação do árbitro, como vimos nos casos de Palermo e Álvarez
Você já presenciou alguma situação de “dois toques” durante uma partida? Compartilhe sua experiência nos comentários! Para mais conteúdo sobre regras do futebol e curiosidades do esporte, continue acompanhando nosso blog.